ESTÃO VIOLENTANDO OS NOSSOS FILHOS

ESTÃO VIOLENTANDO OS NOSSOS FILHOS


Todos os noticiários do nosso país estão empenhados na divulgação do caso da jovem de São Paulo, violentada e morta. Felizmente, notícia assim ainda choca muita gente, sinal que ainda não estamos embrutecidos totalmente. Sim, porque a tendência é acreditarmos que casos assim acontecem constantemente e a única coisa que podemos fazer é tomar algumas precauções e rezar para que as vítimas sejam outras e não a gente. Hoje, viver com medo passou a ser uma coisa natural.

Qualquer pessoa da minha idade, ou mais velha do que eu, sabe que nem sempre foi assim. Há trinta anos, ou menos, talvez, dependendo do desenvolvimento da cidade, a gente podia brincar livremente, até tarde da noite nas ruas, com os amigos. É verdade que sempre existiu gente má, gente doida e outras qualidades de seres humanos desequilibrados, mas não na proporção em que estamos vendo hoje.

Compreendo que a população aumentou em todas as metrópoles e até mesmo nas cidades menores. Mas também ampliamos os nossos conhecimentos, somos pessoas mais esclarecidas, temos muito mais recursos tecnológicos que nos permitem mais segurança e acesso a todos os tipos informações. O que nos levou então, de volta para as cavernas. Presas com medo dos monstros lá fora¿

O mundo fugiu totalmente do controle do homem¿ Quando sabemos de alguns países que se estabelecem como democracias, animamos a nossa esperança de que não. Mas quando olhamos para a nossa vida atrás de grades e cadeados, enquanto monstros nos espreitam para atacar, todos os dias, o nosso pensamento é contrário.

O que falta, acredito, são políticas humanas. Econômicas, já temos várias e, sempre prioritárias. Enquanto a riqueza tiver mais valor do que as nossas vidas, continuaremos com o nosso progresso desumano.

Seria necessária uma mudança total de consciência em todo o planeta. Assim como vem ocorrendo com relação ao meio ambiente. O que, nesse caso, passou a ser uma questão urgente de sobrevivência. Em relação a violência humana, sinto que enquanto alguns conseguirem se livrar, impera o lema,”Cada um por si...”

Fecho os olhos e ouço os gritos daquela jovem, implorando pela sua vida. Vejo uma das minhas filhas ali. A única coisa que livra para que não aconteça é a sorte. Estamos entregues a ela. Porque Deus iria me abençoar e me proteger mais do que àquela mãe¿ Nem eu teria a pretensão de que assim o fosse. A dor dela não vale o meu alívio.

Chega! Temos que nos unir. Tomarmos o rumo das nossas vidas. Devemos cobrar daqueles que elegemos não apenas mais segurança, mas, políticas preventivas. Investir na educação, na formação humana. Permitir que as famílias sejam mais assistidas, mais orientadas.
Tentar controlar os que já estão deturpados e aguardar os que estão se criando para isso não é uma saída inteligente. Precisamos parar de fabricar monstros.

As nossas crianças precisam se tornar seres humanos melhores do que os que lhes antecederam. De nada vale que o privilégio de estudar, progredir, viver longe das drogas, seja alcançado por meu filho se ele viver cercado pelos filhos dos outros que não conseguiram e hoje são uma ameaça. O único caminho é o da educação e o da solidariedade.

Alguns descobriram tardiamente que de nada adianta os bem que conseguimos ajuntar quando a vida de um filho é brutalmente violentada. Nós ainda temos o poder da escolha. Queremos uma sociedade mais humana e mais igualitária ou preferimos agarrar as nossas riquezas e tentarmos sobreviver aos outros lá fora¿

Cobrar dos governos é muito importante, mas também podemos fazer a nossa parte. Contribuir com instituições, participar, criar saídas, colaborar com o atendimento às necessidades do outro. Existem muito mais pessoas boas do que bandidos.

Quando você entra em uma escola,de uma periferia bem pobre, por exemplo, você não vê rostinhos de futuros bandidos, você vê seres humanos em potencial, cujo destino depende muito das oportunidades que irá encontrar pela frente e das orientações que irá receber no longo da sua caminhada. O amor é o grande, verdadeiro e único remédio para todos os males da humanidade. Lembrando que o amor não é apenas sentimento mas, e principalmente,  o amor é atitude.

5 comentários:

  1. Está certa em divulgar essa reflexão, D. Águida. É realmente muito importante que as pessoas não permaneçam de braços cruzados esperando que as coisas piorem ou que as soluções caiam do cèu. É certo que se a gente procurar, encontrará alguma forma de colaborar para que esse mundo se torne mais humano. A senhora está dando uma grande colaboração disseminando essa reflexão. Um abraço.

    ResponderExcluir
  2. Esta materia ,Estão violentando nosso filhos foi copiado do Blog :mulhermãeprofessora. Recebi autorisação da autora do blog para copiar e assim poder divulgar essa tão tragica violencia que invade a nossa liberdade .Sou muito grata a minha amiga . Um abraço Ivana .

    ResponderExcluir
  3. Olá, vi um comentário seu no blog da Ivana, fiquei curiosa, afinal o nome me chamou a atenção: vovó cibernética.
    Gostei muito do texto postado aqui,de fato, amor é atitude e só ele poderá fazer a diferença na educação de um povo melhor, mais humano.
    Gostei de estar por aqui e vou te seguir, assim não a perderei de vista.

    Um abraço

    ResponderExcluir
  4. Muito bom esse texto, Ir. Aguida. Um bom argumento sobre uma realidade da qual não podemos fugir. Só Jesus na causa! Xero grande!

    ResponderExcluir
  5. Néia fico feliz em te-la sempre me acompanhando . E um gde privilegio . Sempre leio seus comentarios no blog da Ivana . Muito obrigada pela atenção . Um abroço

    ResponderExcluir